quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Palavras


A Ami Bandeira


Muito cuidado, jovens poetas
Ao escrever poemas no ônibus
As palavras podem, quem sabe,
Cair e descer no ponto errado

As palavras podem se misturar
Brincar com sua letra torta
Elas podem rir de ti
E possivelmente sumir

Eu perdi há muito minhas letras
Digo, aquelas palavras
Agora somente estas poucas
Bem pequenas palavras

Perdi a manha da brincadeira
Elas desceram antes de mim
Ou foi eu, em meu devaneio
Que errei o pulo?


- meados de 2007.

Lá, aqui e de volta.


Como já esperado por mim, comecei o blog e o abandonei. Mas cá estou eu.

Pensamentos, pensamentos, momentos nesses meses se passaram e muito mudou. Sinto uma brisa leve no ar, uma sensação de conforto na tormenta, ordem no caos, calmaria na tempestade. É bom.

Reflexões a cerca de quase nada, o tempo passa muito rápido, quando vejo já é quase Outubro e a chuva já começou, ainda ontem sentia o inverno acabar de secar o ar úmido que vinha da minha janela.

Um tempo da leitura, e não para a leitura. Um tempo para a música, o som e o silêncio também. Aprender a seguir, guiar o trânsito de ideias dispersas que passam por ai. Tempo de amar, amar a mim, amar o próximo, amar ao mundo.

"I know about my love." diz a música, Eu sei sobre o meu amor. Não sobre o amor, o meu amor, o amor que eu sinto e quem eu amo. Sei o que meu amor é, mas posso não saber o que quer.  




quinta-feira, 15 de maio de 2014

Livro: Brilho Any K. Ryan


Título: Brilho
Coleção: Em busca de um novo mundo – Vol.01
Autora: Amy Kathleen Ryan
Tradução: Ana Death Duarte
Gênero: Romance
Acabamento: Brochura
Formato:  15,6 x 23 cm
Págs: 354
Peso: 538g
ISBN: 9788581300733
Preço: R$ 39,90
Selo: Geração Jovem











 Sinopse:  Se o planeta Terra existe, não se tem notícia dele há muito tempo, toda civilização está dividida em duas naves espaciais: New Horizon e Empyrean, que foram lançadas há mais de 40 anos com a missão de chegar a um novo lar, a Terra Nova. Viver no espaço tem seus desafios, entretanto o principal objetivo de toda a missão é garantir a perpetuação da espécie humana. Diante disso, Waverly, uma adolescente de 16 anos, precisa garantir o cumprimento de seu papel social: forma uma família com seu namorado Kieran e engravidar de pelo menos 4 crianças. É lógico para todos que os dois acabassem juntos, foram os primeiros a serem gerados na Empyream, as crianças mais velhas, exemplo para todos os outros e símbolos de esperança para a humanidade. Tudo parecia estar dando certo até que por algum mistério a nave New Horizon, que estava há bilhões de anos luz a frente da Empyrean, desacelera seu ritmo, proporcionand
o um encontro entre as duas naves gêmeas, um atraso na missão e muitos mistérios que definirão a fantástica trama de Brilho. 


          Este é o primeiro volume da trilogia "Skychasers" ( "Em busca de um novo mundo" na versão brasileira) de Amy Katheleen Ryan. "Brilho" literalmente brilha. Tanto em matéria, quanto nas ideias. A capa é imensamente bela, as estrelas que podem ser vistas na imagem a cima são preenchidas com uma espécie de cola purpurinada dando um efeito genial e fantástico. Esta capa me parece ser exclusiva da edição brasileira, pois os créditos da capa são para Alan Maia, ilustrador de vários outros títulos da Geração Editoral. Entretanto, fuçando no O Oráculo, encontrei esta imagem: 


             Busquei, busquei mas não achei ela em nenhum site disponível para compra. Em geral, achei muita pouca informação sobre este livro e a autora na rede, se bem que o livro é de 2013, a Ryan começou a publicar livros também tem pouco tempo. Enfim, não tenho certeza da origem da capa, mas achei ela muito, muito linda. 

Só uma coisa decepcionante quanto a capa foram os dizeres no rodapé da edição brasileira: "A estréia mais fascinante dede Jogos Vorazes". Não gosto muito dessa coisa de comparar livros dessa forma (ainda mais se tratando de livros tão distintos), mas diga isso para a campanha publicitária. 


                Confesso que como  fã de ficção-científica/distopia/Young Adult, este livro superou minhas expectativas de diversas formas. A maioria dos personagens são crianças ou adolescentes, a autora soube explorar muito bem cada um deles, deixando a história dotada de uma maturidade surpreendente, seja pela história ser narrada em terceira pessoa, seja pela própria necessidade dos dois protagonistas,  de serem exemplos de liderança entre crianças. 

            Os diversos temas explorados na obra (religião, política, sustentabilidade, moral, romance) possibilitam uma leitura interessante e fluida. Eu que não leio muito rápido devorei o livro em 4 dias e fiquei muito triste quando acabei, uma tristeza de saudade. Assim que possível ($$) pretendo adquirir o segundo volume da trilogia, que até o presente momento não foi publicada em português. 

          Grande parte da história desse primeiro livro se passa com as duas naves dentro de uma nebulosa. Uma nebulosa é uma nuvem de poeira estelar provenientes de explosões que ocasionam a formação de planetas e sistemas solares (tá certo Google?). Na trama, todos os sistemas de comunicação ficam offline por conta dessa nebulosa, mas tem algo de ideológico por trás da passagem pela nebulosa: as estrelas não podem ser vistas de dentro das naves, dando a impressão de que elas estão sobrevoando um imenso vazio obscuro, ao mesmo tempo em que os personagens enfrentam fortes momentos de angústia e desespero. Ah! parei por aqui, o resto envolveria muitos e muitos spoilers


             Valeu muito a pena ter adquirido esse livro, gostei de mais, recomendo muitíssimo. Abraços e até a próxima!






PS: Este é o primeiro post do blog sobre sobre livros, por isso alguns esclarecimentos aqui. O que pretendo fazer quanto a esse tema não é bem o que pode ser chamado de resenha, pelo menos não é minha intenção. Quero fazer mais um registro da minha leitura constando, claro, alguns pontos interessantes sobre cada livro. Digo isso porque estou meio que começando a escrever em blog e não quero dizer "Faço resenhas!", "Não faço resenhas!"; enfim, espero que tenham é isso...



segunda-feira, 5 de maio de 2014

Poetas

Poetas 
 

Ai almas dos poetas
Não as entende ninguém,
São almas de violeta
Que são poetas também.

Andam perdidas na vida,
Como estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!

Só quem embala no peito
Dores amargas secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas.

E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma para sentir
A dos poetas também!

Florbela Espanca


Gosto tanto desse poema de Florbela! Ele fala de mim, fala de nós, "que vibramos em outras frequências". Eu já tive alma de poeta. Digo, houve uma época que escrevi quase que um poema por dia, mas com o tempo parece que me afastei da poesia que eu escrevo, não deixando de apreciar o que lia. Ainda assim procuro entender a alma dos poetas, mesmo com "dores amargas secretas" já dissolvidas em mim. Não é que o poeta seja triste. A sabedoria é triste, saber e perceber o mundo como ele é trás um arrombo junto ao peito, mas também uma vontade enorme de mudar o mundo, deixar aquela marquiha de si.